ESPELHO
Zé Alexandre - Luciano Delarth
Sigo novamente
Como antigamente
Um tanto quieto
Como inquieto
Listrado de treva e agonia
Sem imagem nem
miragem de alforria
Sem imagem nem
miragem de alforria
E cruzam agora
Bruxas, bestas,
mil bombas e bichos
Nesse curto espaço da calçada
Durante meu rumo
Tantos gritos quanto emudecidos
Todos meus xarás e conhecidos
Sigo então
Sísifo sem Prometeu
Um rosto ou um resto de ilusão
Que empalideceu
E logo não sou mais eu
Sou um grande espelho do que vi.